Do calendário ao relógio
Esses sistemas serviam apenas para medir determinados períodos de tempo e não levavam em conta que os dias têm durações diferentes, dependendo da estação do ano — e não era possível dividir ou calcular o tempo em horas, ou calcular o tempo entre as horas. Com base na observação dos ciclos lunares, os habitantes da Suméria (na Mesopotâmia, atual região do Iraque) criaram o primeiro calendário lunar, por volta de 2.500 anos antes da era cristã. O ano tinha 12 meses de 29 ou 30 dias — ou seja, faltavam dias ao final de cada ano. Ele foi aprimorado pelos babilônios, outro povo que viveu na região. O primeiro calendário solar, com base na movimentação da Terra ao redor do Sol, foi ideia dos egípcios. Foi o primeiro calendário com o ano de 365 dias.
A seguir veio o calendário Juliano, instituído em Roma em 46 a.C. Inspirado no calendário egípcio, ele também tinha 365 dias por ano, mas acrescentava um dia a cada quatro anos. Batizado em homenagem a Júlio César, então cônsul de Roma, o calendário Juliano foi usado para medir o tempo por aproximadamente 1.500 anos. Em 1582 foi substituído pelo calendário Gregoriano, instituído pelo papa Gregório XIII, que é adotado até hoje no mundo ocidental.
A ideia de dividir o dia em 12 partes, e depois em 24, foi dos babilônios. Eles também dividiram a hora em 60 partes, com base em seu sistema matemático — e fizeram tudo isso sem calcular tempo online, como podemos fazer hoje. Mas os minutos só passaram a ser medidos e adotados na prática séculos depois, quando foram construídos os primeiros relógios mecânicos na Europa. A ideia havia sido testada na China e no Oriente Médio, mas foi no século XVI que Galileu Galilei passou a pesquisar sobre a regularidade no movimento dos pêndulos. Com base nesses estudos, no século seguinte o holandês Christiaan Huygens construiu o primeiro relógio de pêndulo. Ele passou a ser fabricado e teve rápida difusão.